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As vezes é bacana, numa única viagem, experimentar extremos. Que podem ser, de um lado, uma aventura absoluta (e sem frescura) por 6 dias em um deserto egípcio (como indicamos aqui)… Ou experimentar por alguns momentos o verdadeiro luxo das arábias…

Em tempo: luxo que é caro… Mas a experiência é daquelas que o Mastercard não paga…

E para quem quer ter uma experiência com todos os frufrus a que tem direito, e de quebra com uma vista, digamos, inesquecível, uma notícia: ao contrário do que muita gente imagina (nós, inclusive, antes de viajar), o mundo não é só areia nos arredores das Pirâmides de Giza. Pelo contrário, tem hotéis muito bons (e obviamente, com preços salgadíssimos) pela área.

Mas, pudera: a localização é faraônica…

Curtindo um sol e um momento meditativo no jardim do Oberoi Mena House, em Giza. E do ladinho olha só de quem…

No nosso caso, passaríamos a noite de Ano novo (era a virada de 2010 para 2011). Começar o ano com pé direito logo do lado da construção mais enigmática do planeta tem os revezes: as diárias estavam caríssimas – mas ainda assim, esgotavam com uma velocidade impressionante. Tanto que, nos hotéis que vimos, todos os quartos com vista para a pirâmide estavam com lotação esgotada.

E eram o dobro do preço do quarto comum, diga-se de passagem. O que faz com que a gente se pergunte onde está a crise nestas horas, enquanto admira a vista linda do jardim do hotel. E feliz da vida.

Os hotéis mais próximos das pirâmides (ambos, cinco estrelas) são o Le Meridien Pyramids Hotel & Spa e o Oberoi Mena House – onde ficamos. Sendo que este último ficava a uma distância a pé (menos de 700 metros) do portal das pirâmides.

Ou seja, dava para continuar admirando-as durante o café da manhã ou o jantar, sem o assédio dos ambulantes, que ultrapassa as raias do insuportável (afinal, é a área mais turística de todo o país).

O Oberoi merecia este post à parte – porque foi uma atração à parte. Afinal, ele abocanhou 30% de todo o meu orçamento em um único dia – mas poucos hotéis ficaram na minha lembrança por tanto tempo como ele ficou. E ainda está.

Área externa dos “fundos” do Oberoi, vista da nossa janela do quarto. As piscinas, as instalações e o campo de golfe são um mero detalhe. O bacana é que, dali tem se a vista para Quéops, a maior pirâmide. E isso já dá ao local uma cara toda especial.
Vista do solário próximo à piscina, num momento #Cleópatrafeelings… Assim como em Paris ou no Rio de Janeiro, acontece de nos pegarmos procurando, em qualquer canto da cidade, uma pontinha da Torre Eiffel ou do Cristo Redentor, aqui acontece a mesma coisa.

O que o faz diferente dos outros hotéis – do Le Meridien, inclusive – é que o Oberoi era, antigamente, uma casa de caça,  para os nobres árabes, e posteriormente reformada e destinada para ser uma recepção apenas para reis, chefes de estado e imperadores. Por isso, o interior dele tem todos aqueles belíssimos arabescos árabes, objetos de antiguidade (nada de velharias – eles dão um toque requintado à decoração) e todos os detalhes dos móveis trabalhados à mão, com toda a delicadeza famosa dos artesões árabes.

E isso foi uma viagem no tempo e no espaço, que eu não achei em nenhum outro lugar por lá…

Whiskeria do Oberoi. Repare nas madeiras que revestem as paredes: são todas trabalhadas à mão.

O destaque é para o restaurante, que fica ao lado da pirâmide (chegue cedo para pegar um lugar na janela!). E  o café da manhã reúne o melhor da comida árabe e internacional – é para degustar os pratos e a vista com toda a calma!

Mas deixamos claro: a dica deste post não é de hospedagem, mas de experiência – e por isso, prepare o bolso para cifras (bem) mais altas. O valor das tarifas no Oberoi está aqui, mas repare bem nas linhas miúdas: este é o valor das diárias, e sobre elas recai ainda uma taxa de 24,5%, referente ao serviço. Ah, e claro, só está incluído o café da manhã.

Se vale a pena? Bom, deixamos a cada leitor traçar a sua própria relação custo x experiência e avaliar se dá para incluir um tempinho por lá no seu próximo roteiro.

Mas em uma coisa é certa: tem luxo que é frescura, tem luxo que é superficial… Mas tem luxos que são, simplesmente, inesquecíveis. E, de vez em quando, vale a pena pensar em entregar-se a eles – ainda mais quando eles estão forrados em lençóis do legítimo fio egípcio…

Indo para o café… E sabendo, só pela vista, que este seria um dia especial na sua viagem…

Gostou? Você pode fazer a reserva desse hotel diretamente através deste link.

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

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