Continuando a lista dos lugares que você tem que conhecer ao ir para o Egito… Importante dizer que esta relação não está em ordem de importância…

Até porque, acredito eu, tanto na matemática quanto na viagem a ordem dos fatores não altera o produto…

9. Templo de Karnak, em Luxor

Um dos templos mais emblemáticos do Egito Antigo. Hoje, está em ruínas, mas ainda é possível perceber muito da sua magnitude. Dedicado à Amon-Rá, foi construído ao longo de aproximadamente 2000 anos, entre construção e adições de anexos. Isso porque era o templo mais importante de Tebas, capital do Egito na época e onde residia todo o clero (que era numeroso, com muitos deuses a assessorar).

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Daí, todo faraó prestava sua homenagem ao seu deus preferido construindo um monumento aqui, acrescentando um anexo acolá… E, como em terras de Pirâmides a questão de tamanho é documento (e demonstração de poder), os faraós procuravam superar uns aos outros na magnitude de suas obras – nem que isso incluísse destruir ou espoliar os templos dos outros. Até mesmo Alexandre o Grande apareceu por aquelas bandas, e montou um santuário por lá.

O resultado dessa bagunça toda é um templo que possui referências de diversos períodos dinásticos do Egito Antigo, o que o torna um paraíso para egiptólogos e apaixonados por história antiga.

 Reserve uma boa parte do seu dia para visitar seus colossais pátios de pedra com calma, curtindo cada detalhe de uma construção que foi sem dúvida uma das mais ricas do mundo antigo. Rica em números, inclusive, especialmente no pátio central, o mais importante do complexo: são 134 colunas de pedra, cada uma com 21 metros de altura e 4 metros de diâmetro de pedra maciça. Todas, gravadas com os nomes de Ramsés e Seth,  dois dos mais poderosos faraós do Egito, repetidos infinitamente.  São preciso seis pessoas com os braços bem esticados para abraçar ao menos uma destas colunas.

Uma verdadeira floresta de pilares, que até hoje não foi superada em peso e em dimensões por nenhuma construção moderna do mesmo padrão.

É neste templo também que pode ser encontrado o mais alto obelisco do Egito. Com 27 metros e módico peso de 340 toneladas, é feito de granito rosa puro e todo decorado com inscrições de honra à rainha Hatshepsut, a maior rainha do Egito.

Ah, e qualquer semelhança com o obelisco de Paris não é mera coincidência: o de lá foi presente do governo egípcio ao país europeu, e consta que é o único obelisco antigo fora das fronteiras do Egito.

10. Vale dos Reis, em Luxor

Em tempo: essa foto não é do Vale dos Reis, exatamente. Foi tirada ali pertinho, no templo de Hatshepsut. Mas como fotos são proibidas no Vale, o ângulo desta até que ilustra bem a idéia. Licença poética, tá?

É onde estão enterrados todos os faraós das Dinastias anteriores – um verdadeiro tesouro arqueológico, do qual suspeita-se que a não foi descoberto nem a metade (e que poderia ser muito maior, se não fossem os constantes ataques dos saqueadores de túmulos). Para se ter uma idéia, o último e mais recente achado foi o túmulo de Tutankhâmon, pequenininho em comparação aos outros grandes, e só ficou escondido por tanto tempo porque era um faraó insignificante perto de túmulos como o de Ramsés II e Seti (que ambos não tem quase nada mais para contar a história).

Câmeras são estritamente proibidas e lá é um calor infernal (importante: quase não há sombras. Não dispense água, protetor solar e um chapéu ou uma sombrinha, sem medo de ficar cafona!).

Como são vários túmulos, pouco tempo e muito calor, nossas indicações são: o Túmulo de Sethnakht, o de Seti II (preste atenção nos desenhos, ainda em cores vivas, nas paredes. Datam de aproximadamente 1200 anos antes de Cristo!) e o de Tuthânkamon – que para falar a verdade, não tem nada demais, é pequeno, humilde, e tem ainda uma entrada que tem que ser paga à parte. Mas a múmia dele ainda está lá (embora toda as jóias e a famosa máscara mortuária estejam no Museu do Cairo), e, bem ou mal, a gente já ouviu falar tanto dele a vida toda… Faz sentido visitar o lugar onde ele estava, né?

11.Vale dos Reis, em Luxor (de balão)

 Passeio bem mais interessante. Quando estiver em Luxor, não deixe (sério, não deixe. Não deixe mesmo. Viu?) de fazer um passeio de balão sobrevoando os templos do Vale dos Reis. É possível fazer de manhã e de tarde, mas opte pela manhã – assistir o nascer do sol do alto de um balão é uma experiência que fica gravada eternamente na sua retina. O passeio custa em torno de 100 dólares por pessoa, e os motoristas buscam você no hotel lá pelas 5 da matina (ou seja, deixe um lanchinho preparado na mochila. Eles até oferecem alguma coisa, mas aí você que sabe o tamanho da sua fome de manhã).

A experiência é fantástica. São vários balões subindo juntos, e não só olhar tudo lá de cima, mas ver os outros balões ao seur redor também é algo encantador. E o passeio dura menos que uma hora lá no alto (por volta das 8 da manhã você está de volta), mas cada minuto é mágico. O balão é mágico. Sem brincadeira, e nem trocadilho.

Se não me engano, é o segundo passeio de balão mais famoso, depois do da Capadócia, na Turquia. Pretendo ir até lá um dia só para testar e contar aqui a diferença. Só.

Só rola um medinho na hora de pousar – não vou mentir – mas assim como acontece em todo e qualquer pouso. E também não vou me estender no assunto, porque a experiência é válida. Então esquece essa parte, e olha para cima. É mais bonito e, quando você se der conta, já passou. E nem doeu.

12. Templo de Philae, em Aswan

É o templo dedicado à deusa Ísis, e fica na ilha de Philae, em Aswan. Dentre as devotas da  maior divindade feminina do Egito Antigo que já estiveram por lá fazendo uma fezinha está  Cleópatra, aquela  do Júlio e do Marco. Consta em registros históricos que ela descia todo o Nilo (um bom pedaço, considerando que ela vinha de Alexandria até Aswan) para fazer oferendas, tomar as bençãos da deusa e meditar sobre as decisões importantes que ela deveria tomar ao longo do seu reinado. Que provavelmente incluíam se deveria casar com os moçoilos ou não.

Na nossa opinião, é o templo mais feminino do Egito. Explicamos tudo sobre esse templo neste post aqui. Dá uma olhada!

13. Passeio de 4×4 no Western Desert

Sim, isso é uma foto… Não, não sei fazer montagem no Photoshop…

Disparado a melhor experiência que se pode ter no Egito. Esqueça Pirâmides, múmias e demais clichês. Esqueça o trânsito caótico do Cairo e o assédio dos vendedores de Luxor. Aqui é você e o deserto apenas. Então, faça um favor às fotos que você vai guardar para a posteridade: vá num passeio de 4×4. Acampe no Saara. Conheça o Western Desert. Visite os oásis (especialmente o de Siwa). Ou, simplesmente, vá conhecer e pronto.

Se você me perguntar na prática o que tem lá, eu diria “nada”. Óbvio. Mas o surpreendente de uma viagem está bem longe do que tem resposta definida, do que é prático ao cotidiano e óbvio ao olhar, né?

Só posso dizer que este é o ponto alto da viagem. Sem discussão.

E para quem tiver alguma dúvida, saiba mais através deste post aqui.

14. O Bazar Khan-El-Khalili, no Cairo

Excelente para comprar artigos decorativos de metal e jóias (embora os preços das lojas de Luxor são bastante competitivos).

Outra coisa: para quem faz, ou gosta, ou quer fazer dança do ventre, aproveitem. Roupas maravilhosas e super trabalhadas, a preços que  – embora não sejam baratíssimos – certamente compensam, se comparar a qualidade do trabalho com o valor a que são vendidos aqui.

Dica: quem busca perfumes mal-intencionados, também. Várias lojas de essências oferecem um frasquinho “milagroso” em que “apenas uma gotinha deste líquido basta para enlouquecer o seu homem”. Havia a mesma versão para os moçoilos disponível à venda. 

Antes que me perguntem, eu não comprei. Mas volta e meia bate aquela secreta curiosidade em saber se o troço funciona mesmo.

Neste post aqui tem algumas informações sobre o mercado, e de quebra, dicas sobre dindim também. Indispensável.

15. Pôr do Sol no deserto do Saara

Em tempo: tirando a marca d’água, eis aí outra foto “photoshop-less”. Juro.

 O pôr do sol no Egito já é uma visão sensacional por si só – mérito da baixa umidade do ar, do céu limpo e dos tons de areia das cidades, que se colorem de rosa imitando o céu no momento do crepúsculo. Mas assistir ao mesmo pôr do sol do deserto é algo sem palavras. Talvez pela imensidão das areias. Talvez pela cor de fogo que o sol tinge o céu. Talvez por não ter nenhuma cidade ao redor para disputar a atenção.

Seja lá qual for a razão, acrescente no seu roteiro de viagem uma visita a alguns dos oásis do Western Desert. Ou, simplesmente, acampe no deserto (experiência fascinante!). E não marque nada (eu disse: “nada”) para o fim da tarde: o seu compromisso é assistir à um dos mais belos espetáculos da Terra em toda sua grandiosidade de cores e luz. E de graça.

16. Falafels

Única foto do post todo que não é minha. Afinal, meus falafels iam esfriar se eu demorasse fotografando-os. Crédito: Flickr de Iriskh.

 Um deliciosa recordação do Egito. Que fique claro: foi onde comemos a melhor comida árabe (e a mais barata) de nossas vidas. O falafel é apenas um simples representante (porém, um representante respeitável, robusto, quente, fumegante, perfumado com ervas, de exterior crocante e interior macio, capaz de despertar as melhores sensações logo no primeiro contato…) de uma culinária deliciosa.

Não dispense nunca as entradas: refrescantes saladas de iogurte com pepino, pães árabes fresquinhos e feitos na hora, pastas de grão de bico temperadas com cebola e azeite, queijo de cabra… e os falafels. Fresquinhos. Quentinhos. Acompanhados de um perfumado chá gelado de hibiscus. Ou quente. Whatever

Ah, os falafels…

E se você ficou com água na boca (como eu estou só de pensar nisso), tem mais informações de comidas e bebidas egípcias aqui. Ô delícia…

Comments

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Clarissa Donda
Sou jornalista e escritora. Eu criei esse blog como um hobby: a idéia era escrever sobre minhas viagens para não morrer de tédio durante a recuperação de um acidente de carro. Acabou que tanto o blog quanto as viagens mudaram a minha vida (várias vezes, aliás). Por isso, hoje eu escrevo para ajudar outras pessoas a encontrarem as viagens que vão inspirar elas também.

9 COMENTÁRIOS

  1. Olá Clarissa! Estou fazendo uma pesquisa intensiva sobre o Egito, pois estou programando a minha viagem para o começo de Dezembro e, infelizmente, terei pouco tempo. Seus posts tem me ajudado bastante!!! Obrigada por dividir as suas experiências! =)
    Gostaria de saber algumas coisinhas:
    – É possível visitar o Vale dos Reis e o Templo de Karnak no mesmo dia?
    – Qual seria o transporte recomendado para locomoção entre as atrações? (Em Luxor, por exemplo, do Templo Karnak e o Vale dos Reis)
    Muito obrigada pela atenção! =)

    • Oi, Marcela! Obrigada pela visita!!! 🙂

      Sim, é possível visitar o Vale dos Reis e o Templo no mesmo dia, mas comece o dia bem cedo!
      E o transporte entre as atrações, nós contratamos um ônibus, porque estávamos em um tour e havia um guia local nos levando. Eu recomendaria fazer algo parecido ou negociar com um táxi para estar à sua disposição (mas negocie o valor antes e só pague no final!)

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