Antes mesmo de ir para lá, eu já conhecia a fama do que é esquiar em Whistler. E isso quando ela era badaladíssima antes mesmo das Olimpíadas de Inverno de 2010.
Foi lá que eu entendi, mesmo esquiando mal e porcamente, que esquiar é um troço legal para caramba – e que em Whistler ganha um novo status, mais colorido, profissa e que faz – pelo menos fez a mim – a gente morrer de vontade de ficar lá escorregando na neve, de ski ou prancha.
E por isso, trabalhei um dia inteirinho nesse post que eu tô colocando para vocês: com as dicas mastigadas de tudo, links, explicações e detalhes, do que fazer para chegar, se instalar, esquiar e voltar felizão para casa. Porque viagem de esqui tem disso: tem mil e um detalhes para a gente pensar antes de simplesmente pôr o esqui no pé.
Então, resolvi te ajudar com esse trabalho pré Whistler, e colocar as dicas bonitinhas aqui para vocês, para adiantar a parte prática da sua viagem – por os próximos posts vão ser só o que Whistler tem de verdade: badalação!
Ve só! 🙂
Chegando e Saindo de Whistler
O bom é que você não precisa de carro para ir à Whistler. Nem para ficar na vila, de modo que nem vale a pena gastar dinheiro alugando um (e nem pagando estacionamento, já que todos os hotéis cobram uma taxa para deixar o carro lá). Ônibus shuttle da Pacific Coach quentinhos (e com wifi – uhu!) fazem o transporte entre Vancouver e Whistler todos os dias, várias vezes ao dia. Você pode escolher entre partir do centro de Vancouver ou do aeroporto. Para horários de saída do centro de Vancouver e chegada a Whistler (e vice versa), veja aqui – $55 dólares canadenses por pessoa. Para horários de de saída do Aeroporto de Vancouver e chegada a Whistler (e vice versa), veja aqui – $72 dólares canadenses por pessoa.
E a estrada de ida e volta é uma lindeza só! 🙂
Hospedagem em Whistler
O que não falta em Whistler são hotéis charmosos, especialmente porque a vila é um romantismo só. Mas você pode escolher os hotéis dependendo do seu objetivo (lembrando que, quanto mais perto da gôndola da montanha, mais altos também são os preços das diárias).
Para quem quer ficar de frente para o gol, ops, para a montanha ($$$): Essa é uma boa opção para quem quer esquiar todos os dias, e quer ficar o mais perto possível da montanha – em Whistler, a vantagem é que a subida para as montanhas está ali pertinho do centro da villa, e não é preciso pegar carro nem nada, como acontece nas estações de Banff, por exemplo. Então, se seus planos são esquiar todos os dias, e já sair do hotel de esqui no pé, para não ter que ficar carregando o equipamento pela cidade toda, você pode preferir os seguintes hotéis:
Fairmont Chateau Whistler – é o mais perto da Gôndola excalibur, a que leva os esquiadores lá para o alto da montanha. Você pode, literalmente, sair da recepção de esquis até a gôndola, e já descer deslizando da montanha até o elevador para o seu quarto! Outra coisa boa é que tem uma loja da Salomon pertinho, que é uma das lojas que fazem aluguel de roupa e equipamento para esqui e snowboard. Para quem vai em casal ou com amigos, e prefere ficar no quentinho do hotel enquanto espera o resto da galera voltar do esporte, tem um spa lá dentro. Diárias para casal a partir de R$ 670 (preços de fevereiro de 2014). Para ver a disponibilidade e fazer reservas, clique aqui.
Pan Pacific Whistler Mountainside: Tem a proposta “ski-in-ski-out” de Whistler – que basicamente quer dizer que você sai da recepção de esquis diretamente para a montanha. Os quartos tem o conforto padrão de Whistler: lareira, wifi grátis, alguns equipados com cozinha. Mas o atrativo mesmo são a distância de apenas 150 metros da gôndola – dá para ir deslizando! Diárias a partir de R$ 800. Veja a disponibilidade e faça as reservas aqui.
Westin Resort and Spa: da mesma linha que os resortões de frente da montanha, aqui você praticamente sai da recepção e tropeça na gôndola. Tem piscina ao ar livre e banheira nos quartos, além de ótimos restaurantes – eu votaria no hamburguer deles! Diárias a partir de R$ 642 por casal. Veja a disponibilidade e faça a reserva aqui.
Para quem quer romantismo ($$$$$):
Four Seasons – Opção chiquetosa em Whistler, tudo de bom para quem vai de casal. Tem todos os luxos que um hotel cinco estrelas tem que ter, incluindo uma piscina aquecida ao ar livre (que na friaca de lá é uma experiência deliciosa curtir o contraste!) e banheiras de hidromassagem, além de restaurantes tudo de bom e lareira no quarto, uma delícia. Fica do ladinho do Fairmont, e bem pertinho da subida para a montanha. Os preços são proporcionais aos mimos: diárias a partir de R$ 1255 para casal. Para ver a disponibilidade de datas e fazer a reserva, clique aqui.
Para quem também quer aproveitar outras coisas da cidade ($$):
Crystal Lodge and Suites – Eu fiquei nesse! 🙂 Fica a 200 metros da Gôndola, numa ruazinha lateral e o que mais gostei dele é que, além dos quartos serem bem confortáveis, ele tinha duas saídas para a rua (o que facilitou muito para a gente, que pegamos Whistler num frio atípico de -15, em que os próprios locais estavam comentando). Uma das saídas dá para a entrada da cidade (pertinho de onde o ônibus da Pacific Coach nos deixa, o que é bom porque a gente não teve que carregar mala por muito tempo). e a outra dá para a rua principal da vila, que é onde pegamos o caminho para a gôndola e para os barzinhos, restaurantes, lojas, etc. Eles tem um depósito onde você guarda todo o material de esqui (não pode subir com eles para o quarto) que fica no térreo. É só acordar, ir para a recepção e pedir o seu par de esquis! E como fica pertinho de tudo, é uma boa opção para ficar em Whistler se você quer curtir a cidade e não só esquiar! Ah, tem um Starbucks e um Spaghetti Factory lá dentro se bater a fome e você estiver com preguiça de sair para comer. E ele é pet-friendly! 🙂 Diárias para casal a partir de R$ 462 (preços de fevereiro de 2014). Para ver a disponibilidade e fazer reservas, clique aqui.
Blackcomb Lodge: Um pouco mais afastado da Gôndola mas super perto das lojinhas e restaurantes da cidade – fomos no restaurante dele, o Araxi, uma delícia e ótimo para casal ou família (a boa deles é frutos do mar e os drinques, especialmente aqueles feitos com icewine! Vai com fé!). E os preços das diárias estão mais em conta: a partir de R$ 338, em relação à média de diárias de Whistler. Para fazer a reserva, clique aqui.
Pinnacle Hotel Whistler: Acho que esse tem uma boa combinação “econômico X romântico”. Todas os quartos tem banheira de hidromassagem e lareira (o que, somado às montanhas nevadas que estarão na sua janela, dá um toque de romantismo cuti-cuti na sua viagem!). Os quartos são confortáveis, têm uma cozinha equipada e tem um spa ali pertinho. E a localização é boa: não está de frente para o gol em relação à montanha, mas tá bem perto da cidade e do lado do Whistler Museum. Diárias a partir de R$ 323 o casal, e para ver a disponibilidade e fazer reservas, é só clicar aqui.
Se você quer um lugar barato ($):
HI Whistler: um albergue confortável e quentinho para contrabalançar na estadia os preços mais salgados de Whistler. Ele fica na Vila Olímpica, onde aconteceram as Olimpíadas de Inverno de 2010. O albergue tem vista para as montanhas e estrutura confortável, mas rola um ponto negativo: fica mais afastado da vila (cerca de 9km). O valor da diária por quarto duplo privativo é de R$ 256 e por cama em dormitório é R$ 70. Para ver a disponibilidade e fazer a reserva, clique aqui.
Alugando equipamentos de esqui e snowboard:
Quanto custa: O ideal é alugar o equipamento online – muitas vezes, garante um bom desconto. Uma dica é consultar o site da Whistler Blackcomb, pois sempre nas estações pré e durante o esqui eles lançam algumas ofertas e promoções, com combos que incluem ou dão desconto no aluguel do equipamento (por exemplo, marcar aulas de esqui – tem mais detalhes sobre isso mais adiante no post).
Mas basicamente, o valor do aluguel de esqui e snowboard é (em dólares canadenses):
Kit Snowboard (botas e prancha, sem capacete): a partir de $39,99. Veja opções aqui.
Kit Ski (esquis, poles e botas, sem capacete): a partir de $51,99. Veja opções aqui.
Onde alugar: Várias lojas na Whistler Village e na Upper Village fazem o aluguel do equipamento (e aqui neste link tem a localização de todas elas, inclusive mostrando qual delas possuem aluguel de equipamento para crianças, reparo de equipamento, etc).
O ideal é que você escolha aquela que é mais perto do seu hotel, pois você vai buscá-lo na loja e levá-lo de volta quando estiver de saída (e aí, não precisa ficar carregando o equipamento pela vila para cima e para baixo, até porque é um trambolho meio chato de se levar).
O nosso foi alugado na Salomon Pan Pacific, super em frente à Gôndola. Se você quer chegar, alugar e já correr para a montanha, esse é um bom lugar. Fora isso, deixe para alugar mais perto do seu hotel!
Fazendo aulas de esqui:
Eu fui para lá sem ter esquiado nunquinha na vida- ou seja, cruazinha. A nossa viagem incluía um dia de aula com nossa instrutora, que era um amor de pessoa – e isso, devo dizer, vi em todos os instrutores: habilidosos e de uma paciência de Jó para a nossa falta de coordenação motora.
A área de aprendizado fica na primeira parada da Gôndola, e vale para principiantes no esqui e crianças. Há uma pista bem simples (para pregos que nem eu) praticarem, e espaços maiores para quem já estiver com alguma habilidade. Uma vez que o novato já esteja em condições de fazer seu primeiro “green run” (nome dado às pistas de principiantes), ele pode ir, acompanhado do professor ou não, para as pistas green pela montanha.
Mas mesmo assim, lamento dizer que não gostei muito das aulas para principiante. E acredito que mesmo que parte desse sentimento seja exclusivamente por minha causa, a sensação que eu tinha é que eu não tinha conseguido curtir direito as pistas de apredizagem – pelo menos, as destinadas a pessoas cruas que nem eu era. Em nenhum momento foi problema da instrutora mas, bem…, se você me perguntar, preciso ser sincera: gostei mais da área de aprendizagem de Banff.
Porém, verdade seja dita: adorei a estrutura da escola de esqui para as crianças! A partir de 3 anos (ou seja, basta a criança sair das fraldas) e ela pode ter aulas de esqui: um ou dois instrutores ajudam no processo, tudo feito com calma para deixar a criança mais à vontade possível com um par de esquis. 🙂
Quando eu estava lá, vi este menininho (tinha três anos, segundo o pai) tendo aulas de esqui. Dois professores o empurravam com esquis para o alto de uma suave inclinação de neve e o ensinavam como descer freando os esquis – tudo sob o olhar atento do pai. Pelo olhar da criança você pode até dizer que ele estava meio assustado, mas a verdade é que ele estava fazendo tudo direitinho, freando e esquiando melhor do que a gente, inclusive!
As aulas podem ser basicamente (preços em dólares canadenses):
– Privadas (para grupos de 1 a 6 pessoas, porém todas com as mesmas habilidades): custam $499 meio dia e $699 o dia inteiro, tanto faz se for ski ou snowboard. Veja mais detalhes aqui.
– Grupos (a partir de 6 pessoas) – As aulas custam a partir de $139 (diária sem aluguel ou passe) e $166,60 (diária incluindo aluguel de equipamento e passes), tanto faz se for ski ou snowboard. Veja todos os detalhes aqui.
Mas Whistler organiza uns pacotes especiais também: Esqui com um campeão olímpico, Ski e snowboard para garotas, trilha “extreme” (super íngremes) e ski Senior. Clique nos links para saber mais informações de cada pacote.
E o que eu achei mais bacana de tudo: as aulas de esqui e snowboard adaptadas para esquiadores cegos, com mobilidade reduzida, autistas, entre outros. Vi várias pessoas tendo aulas ali, de crianças a um senhor com “cadeira de esquis”. Sempre, com mais de um instrutor, e uma enorme atenção. Aqui tem até uma historinha animada infantil explicando como será a aula na neve. Curti muito! 🙂
E para quem tiver interesse em saber mais sobre aulas adaptadas, taí o link. 🙂
Os passes de Ski:
Taí uma coisa que muda bastante, de acordo com o mês e a temporada – geralmente, final e início de estação são mais em conta (respectivamente, dezembro e abril), e o auge da alta estação de esqui, em fevereiro, é mais puxado. A conta também varia de acordo com o número de dias que você vai subir a montanha e quantas pessoas vão subir com você: descontos progressivos são aplicados ao valor final.
Por isso, vale se informar sempre e, se possível, comprar combinado com aulas de esqui ou com em grupos, para aliviar o bolso. Os preços da temporada de 2014 estão a partir de $99 em fevereiro e caem para $91 em abril (por dia). Todos os preços atualizados você pode encontrar aqui.
E por fim, as montanhas!! 🙂
Eita: são lindas, né?:)
A montanha mais cheia é a Whistler, que dá o nome à cidade. É do lado dela que as gôndolas são mais cheias – próximo dali, na vila, está a gôndola que leva à imponente Blackcomb, montanha mais alta e com uma das pistas mais longas esquiáveis.
Ambas são democráticas: a Blackcomb possui pistas “diamante”, ou super-ultra-experientes para esquiadores e snowboarders que sabem o que estão fazendo – mas mesmo radical, tem também pistas green para os principiantes.
Eu não cheguei a descer as pistas – como disse, meu desempenho era prego, e prego ficou. Mas se eu tinha uma sensação de medinho de sair esquiando, coisa própria de quem tá aprendendo, em Whistler a impressão que eu tinha é que estava sendo cuidada o tempo todo – a todo momento há monitores (ou salva vidas, sei lá), que passam a cada minuto patrulhando a área, verificando se está tudo ok.
Me deu vontade, de verdade, de voltar a Whistler sabendo esquiar melhor. Porque do alto das estações e dos cable cars, a gente via cenários lindíssimos… e eu só me imaginava descendo por lá também! 🙂
Entre a Whistler e a Blackcomb, ainda, está o Peak 2 Peak: como o nome diz, um teleférico que liga a montanha Whistler com a Blackcomb, para você não precisar descer de uma para ir à outra. São alguns minutos de transporte em quase 4 quilômetros e meio sobre o vale das montanhas.
Desnecessário dizer, para se com os olhos e a câmera colados na janela.
Foi, definitivamente, um dia especial em Whistler. Deu para entender o frisson que eu sempre ouvia de lá! 🙂
Mas essas aí foram as dicas mastigadas de ordem prática de Whistler (a gente começou a série mastigadinha sobre neve no Canadá com esse post aqui: Whistler, Vancouver, Banff: qual a melhor estação de ski no Canadá para você?), mas em breve vou postar mais informações da cidade, e sobretudo, das outras coisas-tudibom que Whistler tem (tipo comida!). Fiquem de olho! 🙂
Essa jornalista e blogueira visitou Whistler em dezembro de 2014 a convite do CTC – Canadian Tourism Comission.
Adorei o relato.
Estou indo com um grupo final de junho ainda consigo esquiar? Pegar na neve?
Valeu!
Adorei as dicas, muito legais. Estou pensando e ir agora em dezembro/14.
Luana, vai sim! Dezembro é uma delícia, e fica tudo lindo quando tá decorado para o natal. Até lá vou colocar mais dicas aqui!
Que delícia de posts!!!! Tenho lido todos, já que estou à caminho de lá agora em fevereiro. Valeu pelas dicas. Quando voltar, dividirei as novidades dessa temporada. Bateu uma vontade de ir passar uns dias em Banff também. Acho que já fica como incentivo para a próxima. Beijokas
Que bom, Sandra! Fico feliz que tenha ajudado! Boa viagem, você vai amar o Canadá!
Oi Clarissa, ir em março é legal? e ir com bebe de 9 meses?
Oi, Marcelo!
Acho que sim, tem neve até abril! Se a idéia é esquiar, dá sim!
E bem, eu não sou mãe (logo, não tenho essa expertise e não olhei com esses olhos!) mas vi que os hotéis lá possuem uma estrutura excelente, acho que você consegue ficar em quarto com uma boa estrutura para bebês sim! Vi muitas famílias em Whistler, então tenho certeza que eles devem ter uma estrutura boa para os pequenininhos!
Boa tarde! Adorei as dicas, vou no meio de Abril e, gostei do hotel que vc indicou, o que vc ficou! Não sou mt esportista mas quero fazer a aula em grupo de esqui, pode ser fechado lá na hora ou pelo site antes? Vou ficar por lá 3 dias vc acha suficiente para conhecer?
Bjs obrigada!
Oi, Suzana!
Acho que você pode fechar na hora – ou, pelo menos, tente fechar no site com um dia de antecedência – assim você consegue resolver também o aluguel da roupa. Mas em tese, acho que dá para fechar na hora.
(E eu não sou nada esportista!!! Mas dá para se divertir – a aula é fundamental para a gente começar a entender um pouquinho!).
Eu fiquei 2 dias. Acho que três dias dá para conhecer e curtir sim! 🙂 Aproveite!
Excelente seu post!!
Pretendo ficar no hotel Nita Lake, na base Creek, você acha que vale a pena utilizar o lift de lá?
Sou iniciante em esqui!!!
Obrigado.
Oi, William, tudo bem?
Olha, sou super iniciante e só usei lift uma vez, acompanhada da professora, e outro, sozinha (ainda iniciante, era um lift pequenininho) em Banff.
Não sei dizer especificamente sobre o lift de lá, mas eu perguntaria para um instrutor local de lá a opinião deles…