Nós fizemos essa travessia em 2008, saindo da cidade argentina de La Quiaca e entrando em Villazón, já do lado da Bolívia – era um trecho importante do nosso roteiro de mochilão pela América do Sul.
E aqui a gente conta com detalhes como fizemos cada trajeto, bem como as melhores dicas para você se organizar:
Indo de Salta a La Quiaca, na fronteira argentina
Nossa idéia era atravessar a fronteira entre Argentina e Bolívia a pé, e para isso era preciso pegar um ônibus até La Quiaca, cidadezinha que fica na fronteira (me desculpem, mas não achei – ou não existe – um ônibus que leve direto de Salta até a cidade boliviana do outro lado da fronteira, numa cidadezinha chamada Villazón).
Na época, não conseguimos comprar a passagem de ônibus pela internet, e optamos por comprar direto na rodoviária de Salta, que fica a alguns blocos do centro da cidade.
Dica: hoje você pode comprar pela internet através do site Plataforma 10 ou pelo menos checar preços e horários de saídas de ônibus: o site da empresa em que viajamos é a Flecha Bus, e o terminal rodoviário dela fica na av. 9 de Julio, 140, em Salta.
Como é a viagem de ônibus
O ônibus, em si, era bem normal. Sem luxos, mas também sem nojeiras (e eu não sei como está agora, mas não tinha banheiro quando eu fui. Então se você for encarar a viagem de 7 horas, assegure-se de ir no banheiro toda vez que o ônibus fizer suas paradas).
Como na época em que fomos estávamos no esquema “mochilão”, optamos por ir de noite – assim, a gente ia dormindo e não sentia as 7 horas de viagem se arrastar. Bom, não foi bem assim na prática (e esse post conta como foi, escrito há alguns anos atrás), e chegamos cansadas, mas deu tudo certo.
Ah, quer uma dica do coração? Se você topar a mesma coisa que eu fiz, de ir durante a noite, eu faço uma recomendação: compre, antes de viajar e ainda em La Quiaca, alguns lanchinhos para levar na viagem, e especialmente água mineral. O ônibus chega muito cedo em La Quiaca, e pelo menos eu não via, na época, nenhuma lojinha aberta. O mesmo vale para Villazón, em que as lojas abriram em torno de umas 9 da manhã (muito tarde, para quem dormiu pouco e estava acordado desde às 5), e mesmo assim, foi bem difícil achar alguma coisa melhorzinha para comer, como pão ou queijo (tudo o que achávamos era biscoitos de aparência duvidosa).
E conversando com quem passou por lá recentemente, parece que as coisas melhoraram um pouquinho – mas a recomendação de levar comida ainda continua sendo uma boa dica. 😉
Importante: talvez você vá reparar que vai ficar cansado(a) muito fácil. Não é impressão: culpa da altitude, que ali chega a uns 3.447 metros, um pouco mais do que a altitude de Cusco, no Peru. Então, vá devagar, pare para descansar, respire bastante entre um passo e outro…
Atravessando a Fronteira
Preciso dizer: foi uma travessia meio esquisita, e que deve ser feita a pé. Geralmente isso não é problema, visto que muitas pessoas que descem da estação de ônibus (a.k.a. algo no meio do nada) seguem direto para a fronteira. Vale a pena confirmar com elas se a direção é esta mesmo e seguir também.
A primeira parada é no posto da Imigração Argentina, para carimbar a saída no passaporte. Daí, atravessamos o portal rumo à imigração boliviana, onde começam os procedimentos de entrada no país, como preencher aqueles formulários com seus dados e registros de entrada.
Na Bolívia não é necessário visto para brasileiros, mas eles podem te pedir a certidão de vacina da febre amarela (para mais informações, dê uma olhada neste post aqui).
Feito isto, a entrada no país é tranquila – mas fica um aviso: quem entra na Bolívia por via terrestre e fica mais do que 30 dias ou que não preencheu ou perdeu o formulário, precisa pagar uma taxa. Veja mais informações aqui.
Outra coisa: ao sair da Bolívia é cobrada, no ato da passagem pela aduana, uma taxa de 190 bolivianos (valores atualizados podem ser encontrados neste site). Então guarde essa quantia antes de sair do país.
Leia também:
Mochilão de 21 dias pela América do Sul: O roteiro definitivo
Arredores de Salta, Argentina: Conhecendo Cafayate
[box]
Mais informações para ajudar na sua viagem!
Hospedagem em: Salta | La Quiaca
[/box]
Olá boa tarde dona Clarissa! aqui quem fala é um ser que o passaporte chegou e já me sinto um ar mais kerouac.
Tenho algumas dúvidas pode ser até meio bobas mas sou pouco experiente.
Vou em dezembro fazer um mochilão pela América do Sul, gostei muito do seu roteiro Arg/Bol/Chi/Peru.
Acho que vou cortar a Bol. e incluir o Uruguai e já vou caçar mais posts aqui que dentre vários sites que li foi um dos que mais me ajudou em termos de detalhes. Li quase todos sobre a América do Sul e que vibração boa!
Enfim, você comprou as passagens de trens/ônibus/reserva de hotéis tudo em lan house nos locais ou já previamente agendou? Você levou notebook? Não ficou muito claro pra mim que sou meio lerdo.
E o dinheiro, indica cartão de débito mesmo ou levar uma quantia trocar nas casas de câmbio + cartão?
e em questão de um real vale tanto um dólar vale tanto, como você ficou sabendo dessas informações o que indica?
Obrigado desde já pela atenção! e que vida suculenta! Parabéns.
Salamaleico.
Bruno, que bom que gostou do post – espero que o ajude na organização da sua viagem.
Quanto às suas perguntas:
– Não, eu não levei notebook. E nem sei se recomendaria levar num mochilão como esse: é mais coisa para carregar, é frágil e, infelizmente, é mais coisa para chamar a atenção e ser roubado. Eu me virei fazendo as reservas nos internet cafés da vida, lanhouses e computadores em albergues.
– Nessa viagem, especificamente, eu fui reservando aos poucos. Por exemplo, quando chegava numa cidade eu já reservava o hotel e o transporte do dia seguinte, o que me permitia ter uma certa liberdade. Porém, eu não recomendo você fazer isso em destinos mais procurados, como Cusco e Machu Picchu – esses em especial eu reservaria com antecedência (o mesmo vale para os trechos feitos por avião). Outra coisa: na Bolívia e em alguns lugares no Peru você pode não conseguir comprar as passagens de ônibus e deslocamentos terrestres por internet – nesses casos, dá para fazer do modo tradicional, e ir até a rodoviária para comprar no guichê.
Tenho dois posts bem completos sobre essa parte de deslocamentos e roteiro, dá uma lida com atenção – estão bem organizados!
http://www.dondeandoporai.com.br/mochilao-de-21-dias-pela-america-sul-o-roteiro-definitivo/
http://www.dondeandoporai.com.br/21-dias-de-mochilao-pela-america-sul-os-deslocamentos/
– – Quanto ao dinheiro: na época, eu levei dólar (era bem mais barato) e ia trocando nas casas de câmbio. Não levei cartão de débito, só crédito, mas isso era uma outra época, com outra realidade de valores (não tinha o IOF de agora, o dólar estava baixo e era também minha primeira viagem para fora). Hoje, acho que vale a pena levar cartão de crédito (eu usava para reservar os hotéis pela internet e os vôos de avião e eventuais comprinhas de souvenirs) e ter sempre dinheiro local à mão (que você pode obter trocando dólares nas caxas de câmbio ou fazendo saques em cartão de débito ou pré-pago, depende do que escolher). Só um detalhe: não tem muitos caixas na Bolívia e para muita coisa eles ainda pedem as notas locais (ter dinheiro vivo te dá poder de barganha).
Espero que tenha ajudado! Boa viagem! 🙂
PS: Peru não é muito bom em dezembro não, por causa da temporada de chuvas. Se você quer ir a MAchu Picchu, tente planejar sua viagem a partir de março, abril!