Quando fui a Machu Picchu pela primeira vez, lá em 2008, eu já tinha seguido o conselho de pernoitar uma noite em Águas Calientes, porque você consegue aproveitar muito melhor o passeio assim, sem a correria do bate e volta a Cusco.
Na época, ficamos num hostel muito simplezinho, que nem existe mais. Então, essa cidadezinha se tornou para mim um lugar para pernoite. Só.
Só que nessa segunda vez que fui, em maio de 2014, eu ia a convite da TAM Linhas Aéreas e do Hotel Sumaq, que fica lá.
Resultado: fiquei 3 dias em Águas Calientes, somando a visita a Machu Picchu. E mesmo para quem não queira ficar tanto assim nessa cidade, fica a dica: vale a pena se hospedar pelo menos uma noite na cidadezinha sim – e o Sumaq é uma opção super charmosa de hospedagem.
Explico o porquê aí embaixo. Vem comigo.
O hotel foi construído por um empresário peruano, cuja família tem anos de experiência em hotelaria no Peru (que, diga-se de passagem, tão dando um banho na nossa no quesito atendimento e preparo).
A proposta: criar um hotel de luxo, 5 estrelas, que apresentasse bem o conceito da história, cultura e arte andina, mas com luxo e sofisticação.
Bem, conseguiram.
O resultado é um hotel experiência, desses em que a gente vê um cuidado nos mínimos detalhes, e que mesmo com todo o luxo, a gente sente a todo momento a vibração, a cor e a história peruana, seja no artesanato (que é apaixonante, com todas as suas cores e formas), seja no atendimento, cheio de sorrisos.
Mas falando na prática, porque o Sumaq é uma boa opção de hospedagem por lá?
– Porque é um hotel extremamente confortável. Sério.
– Porque fica bem localizado em Águas Calientes, às margens do rio Urubamba ( a gente dorme com um barulhinho de rio bem gostoso, de noite!) e um pouco reservado, sem ficar na passagem do caminho para a estação de trem ou no ponto de ônibus).
– Porque o chef da casa é sensacional. Garantia de comer muito muito bem, no almoço ou jantar.
– Porque o preço da diária gira em torno de R$ 700 e poucos reais, que é o mesmo que num resort de luxo no Brasil. Ou seja, em se falando de um hotel de 5 estrelas cuja principal proposta é a experiência, o valor está bem equiparável com o mercado.
– Porque eles dão aulas de como preparar ceviche, pisco sour, entre outras delicinhas.
– Porque lá eles tem o contato de um xamã, que faz rituais como o Ritual Pago a la Tierra e o casamento xamânico, uma cerimônia andina. É bem legal para conhecer um pouco da cultura que ainda resiste por lá.
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Para ajudar vocês nas comparações de hotéis em Águas Calientes:
Belmond Sanctuary Lodge: fica em frente à entrada de Machu Picchu, ou seja, você dorme praticamente dentro do Santuário. Lado positivo: você chega no parque antes da horda de turistas que vem de Cusco e Águas Calientes, é o último a deixar o santuário e consegue ter minutos com Machu Picchu todo para você. Lado ruim: você paga por isso (o hotel é bem caro) e os quartos são apertados para o preço que se está pagando (afinal, o hotel está no topo das montanhas, não tem muito espaço físico mesmo que fosse construído). Outro detalhe é que em frente à entrada do hotel fica a parada dos ônibus que vão e voltam a Águas Calientes. Ou seja, desde 5 da manhã já tem o barulho de gente chegando. Ah, e o hotel fica meio isolado também – o que é ótimo para quem tá numa vibe de lua de mel, mas ruim se você é do tipo que gosta de dar uma voltinha a pé pela cidade depois. Veja mais sobre ele aqui.
Inkaterra Machu Picchu Pueblo hotel: Outro hotel fofíssimo e mega bacana, super em contato com a natureza. Um sonho. Veja mais sobre ele aqui.
Outras opções de hotéis e albergues simplezinhos e mais baratos: Imperio de Los Incas, Denny’s house, Kantu Inn, Cusibackpacker, MachupicchuB&B, Viajeros.
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Se hospedar no Sumaq foi uma experiência boa a começar pelo check-in. Tipo, Só a entrada do hotel já é um impacto bacana: a decoração tem um quê de “inca-chic”: elementos rústicos como a madeira, tecidos coloridos e aconchegantes e máscaras andinas douradas dão o toque de sofisticação no lobby sem perder aquela atmosfera peruana, local, acolhedora.
Sem falar que eu morri de amores na decoração. Queria levar todos os tapetes, mantas e enfeites para a minha casa. Uma lindeza só. 🙂
Aliás, um detalhe: o hotel serve um brinde de boas vindas a todos os hóspedes que chegam – que é esse aí debaixo. Frozen de Maracujá, suco de manga e uma outra fruta típica deles que, infelizmente, eu não lembro o nome.
Confesso uma coisa: quando essa bebida foi servida, estávamos assistindo a uma apresentação do hotel. Levei o canudinho à boca, distraída, como quem faz várias as coisas ao mesmo tempo e que só espera algo como “bem, é só um suco”.
Me arrepiei na hora, toda, ao primeiro gole. Juro. Silenciosamente, era essa a reação do meu corpo à melhor bebida que eu já tomei na vida.
Olhei, discretamente, para os outros colegas do grupo: todos eles, de olhos arregalados como o meu, silenciosos com o canudinho à boca – mas desconfio que ninguém mais prestava atenção à explicação.
Pois é. Sem dizer nada, a opinião geral foi a de que essa foi a melhor e mais sensorial “boas-vindas” que eu já recebi. Uh-la-lá.
Mas aliás, taí uma coisa importante: hospedar-se no Hotel Sumaq é, em si, uma deliciosa experiência de conforto, pelas dependências do hotel, pelo atendimento e pelos serviços.
O principal diferencial, devo dizer, era a atenção, o acolhimento, os cuidados: poucos hotéis eu senti esse acolhimento tão pessoal quando no SUMAQ – e que, eu reparei, não era restrito a nós, porque éramos jornalistas: o próprio dono, eu vi, sentava-se mesa a mesa dos clientes, conversando animadamente e dando-lhe as boas vindas.
O Restaurante do Sumaq Hotel
E o segundo diferencial, bem… era a comida. Sabe o que é você passar uns 3 dias entre amigos se questionando qual tinha sido o melhor prato comido até então, e a gente ficar na dúvida sem conseguir enumerar um? Tipo isso. 🙂
Então, mesmo que você não se hospede lá (embora vale super a pena), aproveite que o restaurante é aberto para não-hóspedes e vá almoçar ou jantar ali. A experiência é a melhor possível. Yummy! 🙂
Esse molho verde é o huacatay, um tempero típico peruano e absolutamente delicioso – o molho feito com ele lembra uma espécie de pesto (que eu amo), mas que arrisco dizer que é muito mais gostoso. Fica ótimo servido como aperitivos para comer junto com lâminas de batata assadas. Ao lado são os choclos, grãos de milho peruano assados (que não viram pipoca mas que são uma delícia de comer).
A gastronomia peruana merece um post delicioso só para ela – que eu prometo para breve – mas fica a dica de que no Sumaq foi seguramente um dos melhores locais para se comer no Peru (e digo isso depois de ter passado pelas mesas deliciosas em Lima, Cusco e Machu Picchu). E uma vantagem importante: a casa oferece diárias com meia pensão, que pode ser café da manhã com almoço ou jantar. Ou seja, você almoça, corre para pegar todas aquelas vibes boas de Machu Picchu e volta para comer uma refeição deliciosa. 🙂
Sobre os Quartos
Mas a verdade é que não só a comida ali que vale muito a pena. As instalações do hotel são muito confortáveis e, sem puxar sardinha, foi um dos melhores hotéis que eu já fiquei, considerando conforto, atendimento e local.
Para começar, os quartos são grandes, espaçosos e bem decorados (não tem ainda a decoração “inca-chic” que está na recepção porque o hotel está passando por uma reforma e deve expandir o conceito da recepção para todas as dependências do hotel: então, se você for para lá em 2015, já deve ver as novidades!).
Os quartos de categoria superior tem vista para a montanha (um jardim verde vertical ao fundo) e a Suíte Nupcial e a Suite Junior, que tem vista para o Rio Urubamba.
Eu fiquei na suíte junior e achei uma delícia dormir com o barulho do rio, super relaxante! Por isso, confesso que fiquei surpresa quando ouvi depois em avaliações de outros hotéis no TripAdvisor de gente que não gostou do barulho! Então, fica a dica: se você não gosta de barulho de água, pegue um dos quartos de fundo! 😉
Todos os quartos contam com banheira, vários amenities charmosas, mesas e cadeiras e televisão.
Sobre a Suíte Nupcial: só tem uma, e é charmosa. Enorme, conta com jacuzzi, e lareira – e tem cara de ser uma delícia para quem pensa em ir a Machu Picchu a dois.
Ah, o Sumaq também conta com um spa bem bacana, o Aqlla, que faz diversos tipos de massagens, relaxamento com pedras e banhos de ofurô. O ambiente é bem gostoso e a massagem é uma delícia. Procurem pela Milagros ou pela Jaqueline: as duas tem mãos de ouro! 🙂
Sem falar dos mimos: não raro, os hóspedes ou casais encontram mimos especiais esperando por eles nos seus quartos. Uma pequena prévia do que rola na hora das refeições.
Atividades do hotel
O Sumaq não tem piscina – embora, para isso, Águas Calientes tem fontes termais – mas conta com algumas atividades bem típicas da região e que são uma forma interessante de conhecer a cultura do povo.
Uma delas são as aulas de gastronomia – apresentadas pelo staff da cozinha do hotel, maravilhoso, que apresenta os diferentes tipos de matérias primas e temperos peruanos (tipo, você sabia que o Peru tem 4.000 tipos de batatas e que uma é mais linda – e gostosa – que a outra)? 🙂
Outra coisa são os ceviches e os piscos, que eles preparam na nossa frente, dando as dicas – de quebra, a gente leva uma receitinha para aprender a reproduzir em casa!
E uma coisa bacana é que eles organizam rituais típicos para os turistas conhecerem melhor a cultura local. Alguns exemplos são o Pago a la Tierra, um ritual de homenagem à Pachamama, a Mãe Terra (que é feito com um xamã de verdade)…
…e o casamento andino, que você pode fazer com sua cara-metade ou assistir quem esteja fazendo. É bem bonito e colorido. 🙂
Pois é. Não casei lá não, mas saí apaixonada. E super grata pela oportunidade de ter revisitado Águas Calientes dessa forma. 🙂
Informações do hotel:
Sumaq Machu Picchu Hotel – para ver preços e fazer reservas.
Endereço: Av. Hermanos Ayar Mz 1 Lote 3, Águas Calientes (também chamada de Machu Picchu Pueblo), ao lado do rio Urubamba.
Como chegar: Para chegar ao Sumaq é preciso pegar os trens que chegam a Águas Calientes, e que saem tanto de Cusco, Ollantaytambo e Urubamba.
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A blogueira e jornalista que vos fala visitou Machu Picchu duas vezes: em 2008 por conta própria durante um mochilão, e a segunda vez a convite do hotel SUMAQ em Águas Calientes e da TAM Linhas Aéreas.