Sejamos sinceros: Inglês sabe fazer muita coisa boa.
Faz Rainha, casamento do século, bebê real. Faz Cadillac, navio e guarda com chapéu de pompom.
Faz Beatles, Rolling Stones, Freddie Mercury, Elton John, Dire Straits e estraga isso tudo fazendo Spice Girls também.
Faz Harry (o príncipe), Harry (o Potter) e, para nossa alegria, faz Jude Law. 🙂 Inventa os americanos e exporta para o mundo ícones da literatura: Sherlock Holmes, Agatha Christie e, bem, Bridget Jones.
Ou seja, inglês sabe fazer de um tudo. Só não sabe fazer café. 😛
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Vem daí, talvez, a brincadeira de que Londres é um lugar que se come caro, e mal. O que, como toda lenda urbana, é em parte verdade, e em parte, não. Porque é bem verdade que, salvo o chá da tarde, a Inglaterra não seja a maior referência mundial em gastronomia. Mas por outro lado, Londres é a esquina no mundo, um lugar onde todas as referências se encontram, e onde você pode comer a melhor comida de qualquer país do mundo – separada uma da outra porta a porta.
E nos 3 meses que passei lá, indo do bolso cheio até a pindura absoluta, só uma coisa se manteve: eu tinha que comer. Então comi, repeti, e conto aqui os lugares que eu mais ia, os que eu mais gostei – e principalmente, os que eu voltei porque eram bons e baratos!
Espero que ajude a quem tiver indo para lá. Porque dá para comer bem – e relativamente barato – sim!
Mas uma coisa é verdade, porém: inglês não sabe fazer café não – e Starbucks e Costa Caffe não contam. My apologies, guys. 🙁
Básicos para o dia-a-dia
Pret-a-Manger
Essa é, literalmente, a opção mais “salva-vidas” – ou “salva-bolsos”, como queira. 🙂
É chamado de “Pret” pelos íntimos – e intimidade com o restaurante é coisa que você cria rapidinho, porque tem praticamente um em cada esquina inglesa. Nas prateleiras há sanduíches quentes e frios, sopas, pratos prontos, saladas, sucos e saladas de fruta, e no balcão salgados e croissants de chocolate complementam as ofertas da rede.
Porque a gente gostou de lá: Porque é bom, bonito, barato, conveniente e democrático. Os sanduíches vão de 2 a 4 libras (e forram bem o estômago), os sucos são frescos e deliciosos e a rede tem uma pegada natureba e saudável bacana, que faz com que os alimentos sejam leves e mesmo assim gostosos. É uma opção bem democrática para quem gosta de saladas, sanduíches mais “heavy” e especialmente para os vegetarianos, já que tem muitas opções boas.
O que a gente mais gostou: O sanduíches quentes e o suco de frutas vermelhas dão uma boa forrada no estômago para aqueles dias de lerê.
O que a gente não gostou: do café (mas aí é porque meu gosto brasileiro insiste em achar que todo bom café inglês é um péssimo chá!) e as sopas não, mas talvez porque eu tomei outras bem mais gostosas por lá.
Ah, e sabe o que eu mais gosto do Pret, além da comida? As publicidades! 🙂 Não sei se é meu lado marketeiro, mas repare: cada produto deles tem uma coisa engraçadinha na embalagem! 🙂
Pizza Express
Uma boa pedida para quem quer algo baratinho, quentinho e tá legal dos sanduíches do Pret ou do Eat! O Pizza Express é uma rede inglesa de pizzas igualmente frequente e fácil de achar em todo o país. As pizzas vem em pratos individuais (mas se duas pessoas comem bem pouquinho dá para dividir, embora eu acho pouco) e são bem gostosas a bons preços: pagávamos muitas vezes 9 a 11 libras por pizza.
Porque a gente gostou de lá: sempre tem promoções!! Então, atenção: quando você for lá na primeira vez, fique atento: provavelmente você não vai ganhar nada na primeira, mas na hora de pagar a conta eles costumam entregar alguns vouchers de promoções, como por exemplo comprar uma pizza e ganhar a segunda, ou ter 40% do desconto no prato principal, etc. As promoções mudam e cada voucher tem um prazo e algumas regras de utilização, mas é uma boa pedida para economizar na refeição quando queríamos comer bem e baratinho! As promoções do momento você pode ver no site deles, aqui.
O que a gente gostou: a variedade é boa e a rede possui sempre um cardápio para cada estação, além de risotos, lasanhas, pizzas vegetarianas, calzones e gluten-free. Quer uma dica? Peça a Romana!
O que a gente não gostou: engorda.
Mercado Camden Lock
Uma ótima pedida para quando “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”… 😛
Eu não vou me estender em Camden, que merece um post todo só para chamar de seu. Mas em matéria de comida, Camden é uma das melhores experiências de Londres.
Só que, enquanto o meu post não sai, você pode ver esse post completíssimo e bem bacana de lá do Thiago Khoury, do blog Rodei!
E porque? Porque leva a sério a coisa de um mundo em uma cidade – ou melhor, numa praça, como é o caso da área do Camden Lock onde várias barracas de todos os lugares do mundo dividem o espaço e o cheiro no ar irmamente, para alegra geral da nação de turistas.
Vá para lá, com fome – mas coma com moderação, devagar e apreciando cada pedacinho de mundo que existe em um prato!
Como todo mercado de comida de rua, há muitas possibilidades de comida (o que é bom), várias faixas de preço (o que é ótimo), mas também pede alguns cuidados (o que é óbvio!).
O mercado quase sempre está muito cheio, então a comida está sempre saindo fresquinha, mas não custa nada conferir as condições de armazenamento e preparo dos alimentos, em especial peixes, crustáceos e carnes. Olho vivo também nos temperos, caso você não seja muito fã de comida muito picante – lá há muitas comidas asiáticas, e os ingleses gostam muito de curry. Então, peça para você mesmo temperar seu prato.
Ah, e vale ir para lá também quando bater uma saudade de casa! Foi o único lugar em Londres que eu encontrei coxinhas, pão de queijo, churros de chocolate (em tamanhos muito mais generosos do que nos nossos carrinhos das esquinas brazucas) e o super Guaraná Antartica! 🙂
Há comida japonesa, brasileira, cambojana, tailandesa, indiana, italiana, doces húngaros… Enfim, é um mundo!
Particularmente, eu curti mais a barraca de pratos de frutos do mar espanhóis e os churrascos argentinos – mas isso era a minha vibe no dia. Vale muito a pena experimentar tudo! 🙂
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Como chegar:
Metrô: Pegue a linha preta do metrô (Northern Line) e saia na estação. Dali, desça a rua por 500 metros. Mas fica o aviso: se você for aos sábados ou domingos, confira se a estação vai estar aberta, já que devido ao intenso tráfego de gente, muitas vezes eles fecham. Nesse caso, uma boa opção é ir de ônibus.
Ônibus: aqui neste link você encontra todas as linhas que melhor se aplicam de onde você está até Camden. Linhas como a 24, 27,29, 31, entre várias outras, passam por lá.
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Bacanudos para a noite:
Bar Boulud
Primeiro restaurante aberto pelo chef francês Daniel Boulud, a casa tem um ar descontraído que, já a primeira vista, foge à regra dos bares tradicionais ingleses. É um bar meio restaurante, meio bar, onde balcões e mesas são dispostos próximos uma das outras, e não é raro começar uma conversa com o vizinho da mesa ao lado – coisa que, honestamente, eu não vi muito em lugar nenhum na reservada vida gastronômica da cidade. Rola até um clima bacana de paquera, porque dá muita gente bonita por lá. O resultado é um burburinho animado no ar, muito bem acompanhado dos vinhos franceses da casa, terrines e patês inusitados.
As mesas são ótimas, mas como eu tava sozinha fui sentar no balcão – o que era uma boa, pois eu estava de frente para onde os chefs trabalhavam e montavam os pratos, de modo que podia ver todos aqueles terrines e patês apetitosos dançando aos meus olhos.
Como tudo me parecia bom e eu sou uma libriana com ascendente em Gêmeos – e portanto, sofro de dificuldades de ordem astrológica na hora de fazer as escolhas mais simples – pedi ajuda aos universi… ops, aos garçons. Que, diga-se de passagem, são atenciosos e entendem do babado: o que me atendia descreveu todos os pratos para mim e ainda apontou o que eu não podia morrer sem conhecer – e de quebra o melhor vinho para acompanhar.
Com o “plus” generoso de que ele era um gato, também. O que é ótimo: afinal, se gastronomia tem tudo a ver com inebriar os sentidos, nada como uns mimos a mais para deixar nossa visão ainda mais satisfeita, não é? 🙂
Ok, voltemos… 😛 A entrada escolhida foi uma seleção de aperitivos feitos com as linguiças e patês da casa, servidos quentes e com molho de mostarda. Tradução: 4 pequenas alegrias!
E o prato pedido foi o Piggy Hambuguer, por recomendação do gato garçom: um generosíssimo hambúrguer feito com carne suína e vencedor de um dos prêmios de gastronomia como o melhor hamburguer de Londres. Maionese picante, cheddar inglês, alface e batatas fritas para complementar a orgia calórica. Valor: £13.75 e a melhor refeição que fiz na Inglaterra.
Hambúrguer com uma receita de Nova York, chef francês e um prêmio de gastronomia britânico: tipo do “blend” que só Londres faz por você! 🙂
E porque as sobremesas são, junto com os hambúrgueres, os carro-chefes da casa… fomos nessa delícia aí embaixo:
Levíssima. Aérea. Gelada. E com um gostinho suave de limão no meio disso tudo – nem parece, pela foto, né?
Então: entendeu porque eu disse que foi o melhor restaurante que eu fui em Londres? E nem teve a ver com o garçom… 🙂
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Onde fica: no Mandarim Hotel Hyde Park, 66 – do ladinho da saída da estação de metrô Knightsbridge. Pratos a partir de 14 libras (mas prepare-se para gastar beeem mais que isso).
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DishRoom
A casa é indiana, com especialidades e equipe idem. O interior é meio escuro e tem cheiro de curry – mas mesmo assim a fila do lado de fora está sempre lotada de pessoas esperando alguma desistência nas reservas para poder entrar.
Vale a pena o frenesi: as pratos tem aquele calor e frescor misturados que só a culinária indiana tem, e mesmo que você não seja muito a favor dos temperos, vá pela experiência. Peça as samosas, os típicos pastéis indianos (tem os de carneiro e os de legumes. Eu particularmente preferi os segundos), e contrabalance com o naam, o pão delicioso indiano servido com alho. Dá até para repetir a porção de pão, porque é uma delícia!
E outra coisa: lá você pode experimentar o Bhang Lassi, o típico iogurte indiano tradicional do festival Holi (aquele em que todo mundo sai pintado), mas que leva menta no lugar de… marijuana! 😛 Uma versão mais convencional e comportada da bebida – mas vale dizer, bem refrescante para contrabalançar os calores dos outros pratos.
Que mais? Peça os pratos de carneiro – pode ser os pratos principais ou as entradas, você não vai se arrepender de nenhuma das duas!
Ah, e a principal vantagem é que é possível experimentar várias entradas e voltar para casa sentindo os sabores de Mumbai sem morrer na grana: as porções custam entre 2, 3 e 4 libras. Se quiser, baixe o menu aqui.
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Dica: faça a reserva com antecedência e chegue na hora, senão vai mofar na fila. A reserva pode ser feita por telefone nas filiais:
do Covent Garden, na 12 Upper St Martin’s Lane (pode chegar pelas estações Leicester Square ou Covent Garden). Telefone 020 7420 9320
ou de Shoreditch, na 7 Bondary Street (perto da estação de Shoreditch High Street). Telefone: 020 7420 9324.
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Gourmet Burger Kitchen
Ou GBK, para os íntimos! Foi eleito pela TimeOut de Londres como a melhor casa de hamburguer da cidade (e eu que não provei as outras, exceto o do Bar Boulud, posso acreditar!). O restaurante tem uma aura irreverente e os hambúrgueres valem cada mordida – e também não são um absurdo de preço, para o que oferecem. E tem opções de hamburguer de frango, peixe, indianos, picantes e opções vegetarianas encantadoras, com um falafel que até me abriu os olhos.
Tem em vários endereços em toda a cidade (veja aqui a lista de filiais), mas fica a dica: no Covent Garden é bacana porque tem o Tâmisa ali pertinho para dar uma volta!
Experiências inusitadas
Garlic’n’shots
Um dos restaurantes de “experiência” em Londres. Como o nome diz, o alho é a especialidade da casa. A experiência fica em degustá-lo em todas as suas possibilidades: nos pratos principais e, inclusive, nas sobremesas: e aí eu falo de torta de chocolate, martíni, tequila, caipirinha, rum, etc – tudo com alho, claro. O aviso já está no próprio menu de shots: “o que não te mata, fortalece”.
Mas se pode matar o próximo com uma só baforada, aí já são outros quinhentos. 😛
Mas pense bem: uma refeição lá é a garantia de não pegar nenhuma infecção por, sei lá, três meses. 😛
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Como chegar: Fica na Frith Street, 14 – Soho. Saída pelo metrô de Leicester Square.
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Dans Le Noir:
Imagine fazer uma refeição em um restaurante totalmente às escuras? Esta é a proposta do restaurante, que tem filiais em várias cidades como Paris e Barcelona. Você chega e faz seu pedido na recepção – ou se quiser ousar, peça o menu surpresa! Dali, um garçom (cego) te leva a uma sala de jantar completamente escura, e é ali que você faz a sua refeição: tateando no escuro o lugar dos garfos, a comida no prato e, por fim, tentando adivinhar o que é cada coisa que foi servida – o que é um desafio ainda maior se você tiver pedido o prato surpresa. A proposta é que, ao retirar a possibilidade de ver a comida, os outros sentidos afloram e, com isso a gente explora mais a experiência.
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Como chegar: Reservas são obrigatórias e podem ser feitas pelo e-mail: booking@danslenoir.com ou por este link aqui. Fica perto da Farringdon Station.
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Esta jornalista e blogueira jantou no Bar Boulud a convite do restaurante e em parceria com a Visit Britain. Mas todos os outros restaurantes foram pagos do seu próprio bolso!
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Para ajudar na sua viagem:
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Dicas Gerais:
Do baratinho ao classudão: dicas de onde comer em Londres
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Lojas e compras:
Cat-cafés: tomar café com gatos virou moda em Londres
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Outras cidades da Inglaterra:
Stratford Upon Avon: Tour de um dia só na cidade de Shakespeare
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Banksy, street-art e uma caça aos graffitis em Bristol.
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Warwick: um castelo para crianças a duas horas de Londres
Festival de Balões em Bristol: Um show de luz e de graça (de graça!)
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Que chique eu por aqui! Ótimo post Donda, beijão!
Adorei o post, Clarissa! Fotos lindas e texto bem legal, bem esquematizado. Pra guardar. Beijos!
Oi, Donda. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Natalie – Boia
Olá Donda. Maravilhoso !!!
Minha primeira viagem para Europa , vou seguir tuas dicas religiosamente !!!
Até mais.
Osmar
Osmar, fico feliz que tenha gostado!!! Tomara que aproveite bastante a Europa, desejo uma ótima viagem! Depois passa aqui para contar como foi! 🙂