Que minha mãe não me ouça contando isso… 😉
Mas é que num belo dia eu fui para Bristol, uma cidade fofa no sudeste da Inglaterra, para ir atrás de um cara.
Que dizer, não exatamente do cara em si, porque na verdade ninguém sabe quem ele é (!).
Na verdade, eu queria mesmo é ir atrás das coisas que o cara tinha pintado nas paredes da cidade.
E aí você pensa: “ixi, que essa menina está doidinha e perdida na vida…”
Mas nem é o que vocês estão pensando! 🙂 O cara em questão que eu estava procurando é o Banksy, que atualmente é o artista inglês mais famoso e badalado do Reino Unido.
E porque ele é o mais badalado? Por várias razões: para começar, porque ninguém até hoje descobriu a identidade dele – o que rola são só rumores e suspeitas da sua identidade secreta.
E também porque ele é famoso por fazer grafittis na rua, em pleno espaço público mesmo, sempre de ordem política e transgressora.
E foi assim que ele foi incomodando e incomodando muita gente… Ele grafitava e vinha o poder público e empresas pintar por cima. Até que um dia o pessoal se deu conta do valor do trabalho dele e, de repente, as obras dele passaram a valer muito dinheiro. Leiloeiros vinham de todo o mundo, mandaram retirar o muro todo – ou não – e vendiam para alguém.
E resolver como levar o muro para cara já era um problema do comprador.
O que, na prática, era um paradoxo, porque ele mesmo nunca vendeu suas obras por dinheiro. Seu ateliê sempre foi a rua.
E foi com essa história na cabeça – bacanérrima, convenhamos! – que eu segui para Bristol, a cidade onde ele vivia e onde começou a sua street art. A idéia: percorrer pelas ruas da cidade procurando onde ainda estavam os grafittis originais dele.
Que, aliás, se você quiser saber quais são, é só clicar aqui e aqui.
O exercício era bem interessante: andar pelas ruas com os olhos pregados nos muros. E fazendo isso, eu encontrei um mundão de street art bacana.
Não do Banksy, mas de outros. Porque Banksy foi o maior expoente, mas depois dele Bristol explodiu em cores nas mãos de outros artistas.
E eu me diverti. Foi assim que, procurando um cara, eu acabei encontrando um monte.
Então, comecei o passeio de câmera em punho. Enquanto não achava o Banksy, ia fotografando os outros, num dos passeios mais coloridos e interessantes que já fiz.
E, como é regra da street art, de graça. Total 0800. 🙂
Vale dizer que na Inglaterra como um todo é fácil encontrar bastante street art, porém em Bristol e em Brighton, por serem cidades de uma cultura mais transgressora, por assim dizer, acha-se bastante delas.
Mas em Bristol tem para todos os gostos! Tem street art política…
…engraçada…
… de esperança de um mundo melhor…
… e que cabe em qualquer canto. Porque street art mesmo não precisa de parede para acontecer.
A verdade é que tanta arte assim acabava por deixar Bristol bem colorida! 🙂
Colorida até mesmo nas paredes que não tinham pinturas! 😉
Todas essas eram de outros artistas. E como Banksy influenciou o estilo de muita gente, às vezes eu ficava na dúvida se essa ou aquela arte eram dele mesmo ou era uma reinterpretação de outro artista…
Mas eis que de repente – achei!! Um Banksy original, na minha frente! 😀
Alegria! E depois de ver tanta street art, a gente passa a reconhecer um pouco da diferença dos traços dele e dos outros grafittis, e nem demora muito, acaba achando outro Banksy, original…
E depois que a gente descobre o primeiro, a brincadeira de seguir as pistas passa a ficar interessante…
E tinha mais, bem mais! Era muita busca por Banksy para pouco tempo de Bristol.
Porém, eu já estava saindo satisfeita, e cheia de colorido nos olhos. E ao mesmo tempo, com vontade de voltar para Londres e procurar mais artes dele, que ele também deixou pela capital.
E cheia de vontade também de comprar um quadrinho com uma obra dele e pôr lá em casa. Já que não dá para grafitar a parede, pelo menos eu vou “transgredir” a minha do jeito que dá.
Acho que esse, aliás, é o bacana da street art. Você pode ver e ficar apaixonado por ela, ou detestando do jeito que for. Mas não sai assim, indiferente. Isso não.
E eu acho ótimo. Afinal, já que dizem que as pessoas das cidades construíram muros ao invés de pontes entre elas mesmas… bom, ao menos que estes sejam mais coloridos, né? 🙂
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Gostou e quer saber como fazer um roteiro bacana atrás das street arts de Bristol? Vamos lá:
O melhor mesmo é sair andando de câmera na mão e olho atento. Mas áreas bacanas para encontrar são:
– No centro, próximo às que ficam perto da Quay Street (veja o mapa aqui);
– No bairro Stokes Croft, onde estão várias das street arts deste post e uma arte grande original do Banksy (a do ursinho atirando uma bomba) – veja o mapa aqui;
– No Bristol Museum and Art Gallery tem a escultura do anjo, feita por Banksy, exposta (fica na Queens Road, veja o mapa aqui);
– Na College Green, pertinho ali do Bristol Museum, é possível ver outro grafitti original do Banksy, o “Love Cheats” – veja o mapa aqui;
– E se você se apaixonou pelo cara e queria ficar com ele, mas não tem como levar um muro para casa, leve um livro: aqui tem o melhor livro sobre a história por trás dos grafittis dele que eu já vi. 14,99 libretas na Urban Outfitters (facinho de achar em Londres!).
Eu fui por conta própria, mas vi uma galera que tava fazendo walking tour atrás das pinturas de Banksy por Bristol. Acredito que deve ser interessante, porque todo walking tour vem com o plus de ter um monte de dicas e histórias bacanas sobre as pinturas. Se você se anima, tem o link para o walking tour do Banksy aqui.
E se você prefere ir por contra própria, aqui um mapinha com todas as obras dele espalhadas pela cidade. Só ver as indicações e sair à “caça”. 🙂
Agora diga aí: não é quase uma versão adulta e alternativa da nossa caça aos ovinhos de páscoa? (e light, ainda por cima!). 🙂
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Que post bacana Clarissa, adorei, nem sabia que em Bristol tinha tanto grafitti assim. Estive na cidade há 10 anos, acho que na época ainda não tinham todas essas streets arts não.
Bravissima!